Um tanto zoada a mania das pessoas em acreditar que muda o ano, muda a vida. Se os horóscopos (sim, no plural) me prendiam pela manhã e as simpatias feitas nos últimos dias do ano, parei. É abrir espacinho para a espiritualização que a paz se faz constante - mas isso é papo pra uma outra data. Enquanto todos se ocupam em difamar, tratar mal e cuspir em 2016, eu o abraço.
Se fizer uma retrospectiva do comecinho do ano até hoje, é capaz que digam que nem sou a mesma pessoa; tanto no físico, quanto no emocional. Finalmente achei meu equilíbrio. Redefini minha rota profissional. Morei em cinco lugares diferentes para acabar o ano num apê que, de certa forma, é também meu. Desfiz amizades, inclui muitos outros no potinho de adorados e só tenho muito, muito a agradecer antes de dormir. 2016, eu escolhi te amar!
Pode ter soado cafona tanta maravilhosidade pra um só ano, mas no processo de mudanças tão vulcânicas, me vi ferida aberta. Eu não sabia pra onde ir, tinha certeza nenhuma do que fazia bem e me sentia um pouco folha em branco: dali, só rascunharia pra acertar os ponteiros comigo mesma.
São Paulo, mais uma vez, se revelou a chave disso tudo. Quando a gente volta, retorna com uma fibra que nunca desenvolvi antes aqui. Foi graças a dois mil e dezesseis que me virei na selva como deu, (re)encontrei minha tribo e tenho mais pequenas conquistas que derrotas no caderninho. Vou odiar um ano desses como?
As dicas que daria pra viver um '17 pleno seriam poucas, seriam curtinhas: 1) viva o hoje, 2) agradeça antes de dormir, 3) confie, confie. Ah, e construa. Aos pouquinhos, aos trancos, em slow motion. Mas comemore cada pequeno tijolinho que for posto pra pavimentar o seu caminho, único. Esqueça os horóscopo, se assim fizer você mais são e realista.
Coloque o cinto e vambora: se você não trocar uns miúdos aí dentro, não adianta pular sete ondas que vai ser a mesma bosta.