Olho para o relógio do computador, 10h13. Produzo, respondo cordialmente aos infinitos e-mails que recebo ao longo do dia, excluo os milhares de releases que pra nada servem, escrevo um pouco, entrevisto via telefone. Bate uma saudade de a gente tomando café, assistindo a televisão pelo espelho e comentando aleatoriamente ou desenhos animados, ou os programas de esporte. A sua refeição vagarosa de um sanduíche triplo ou dois simples, o pedaço de bolo que sempre escolho, café. Melhoria dos humores ao longo da despedida da manhã. A realidade nos trai, cinco dias por semana, com a ilusão de outros quase três que costumam salvar o recomeço insuportável de cada segunda-feira pela manhã, ou os finais de domingo. Hora do almoço. Não tem você servindo o meu prato, nem eu rindo do tanto que está servido no seu. Nem eu depois do banho de sol, e você, da academia. Ou a gente no sofá antes ou depois de comer assistindo a um filme qualquer, dominados pela preguiça de sair pra rua e aproveitar o dia. Que fica pra mais tarde, se a lertagia da sesta não invadir primeiro. Por enquanto, apenas o cansaço de trabalhar e trabalhar, quando a vontade é ir deitar
Já 15h45. Horário bom pra ver as lojas de animais no Centro, ou dar uma volta de carro, se instalar num parque, se tiver sol. Ou ver o futebol pela televisão, caso seja dia de jogo. Como uma barrinha de cereal e tomo uma garrafinha de água mineral para enganar esses pensamentos saudosistas de quem sente falta mas suporta porque cada 24 horas diárias tem me assaltado e corrido sem que consiga nem ao menos sentir. Rumo à universidade às 18h10, lembrando de que você certamente diria que está com fome e quer o café da tarde, ou colocaria uma pipoca no microondas apenas para chegar na sala com cara de quem já conhece meu comentário a respeito.
De repente 21h08 e, indo para casa, poderia estar no carro com você. E meu pé em cima do porta-luvas, a mão fixa na sua perna enquanto dirige, as conexões distintas de um assunto a outro, e ainda outro. Ou temida hora de ir embora, ou alegre momento de apenas reiniciar a contagem dos momentos que passam rápido, mas ficam fotografados no álbum das memórias-perpétuas-significantes. Já sabendo que aí pelas 23h11 se inicia novamente o ciclo que ou é de roubar coberta, calor perto e frio distante, acordar sorrindo ou é de ler e ler e ler até que pegar no sono, solitária após tanto afeto e mal acostumada em ter quem me faça dormir feito criança e rapidamente, deito. Com a melhor pessoa do mundo ao lado, ou a possível luta até que o cansaço me vença, faço da imaginação quando ele não está o melhor amigo imaginário possível: além de reavivar momentos ótimos, e fazer com que os ruins menores pareçam, deixa a ausência minúscula se comparada ao tento de sentir por ele que carrego comigo.
SEMPRE A MELHOR, os melhores textos.. parece que me lê por dentro. Tá de parabéns!!
ResponderExcluirOlá, estou seguindo aqui, poderia retribuir? Avisa pelos comentários que está seguindo.Ah e se fazer parte da lista de parceiros venho sempre aqui visitar!
ResponderExcluirhttp://saladadefrutasbr.blogspot.com/
*Brenna Félix*
você não se cança de escrever tão bem né guria *-*
ResponderExcluiramo demais isso aqi
tá no topo com certeza.
me identifiquei com algumas partes e isso é lindo
excelente! a saudades na nossa rotina tão massante é complicado! mas oq vale mesmo não são os momentos de saudade, mas os momentos juntos, sejam eles felizes outros nem tanto assim, que sempre deixam lembranças memoráveis pra ambos *-*
ResponderExcluirexcelente mesmo!
continue assim ;)
Daquela pessoa que, mesmo que distante fisicamente, tá em cada momento do nosso dia.
ResponderExcluirQue lindo..
ResponderExcluir