Diálogo III

3.27.2010 -




- Por que esse celular que eu mal sei mexer, não toca? Essa mensagem não chega nunca? E o tempo, por que não passa logo?
- Não adianta stress. Relax e take it easy. By Mika.
- Mas eu queria logo que as coisas acontecessem, e tudo fossem se tornando um crochê, um emaranhado de acontecimentos, e não tivesse essas pausas, não houvesse espaço algum para parar, nem um pouco, nunca.
- Tudo que começa rápido demais, mais rápido ainda acaba. Essa frase dita, por você.
- Você, você, você. Fala um tu logo aí, que é mais a minha regionalidade do que o sotaque que eu não ouço porque o telefone simplismente não toca. E eu vou ficando angustiada, e com vontade de sair, de dançar e sumir.
- E resolveria?
- Talvez...Temporariamente.
- Você não leu ontem mesmo que quanto mais fria permanecesse, mais emocional o homem aparece?
- Eu li sim, mas você eu não sei. Você mesmo, consciência inconsciente, que liga quando quer, e desliga sem avisar.
- Sem crise, curta e espere a volta, o momento dele. Dê espaço.
- Dou espaço, mas quero que o frisbee volte, que a flecha retorne. E sem você.
- Sem também a risada incompreendida, e os amigos a tiracolo?
- Sim, por favor. Como acompanhamento, o melhor perfume masculino do mundo, talvez, Polo Blue, e toda a generosidade e o encantamento dos primeiros dias, das primordiais descobertas, por favor.
- Pagamento?
- Não assino cheque, porque ainda não tenho conta em banco. Não que me possibilite o boleto pesado de compensação. Fiado, não aceita não?
- Em parcelas, não dá? Cartão de crédito, não dispõe?
- Próprio, não. É que sabe, eu não quero pagar nada, ainda prefiro não forçar a cabeça à forca, e esperar o curso natural de tudo, das coisas. Mesmo que doa, e que eu ainda fique atordoada sem saber onde tudo está indo, e para onde isso vai. Ou louca a cada ligação que não é a que espero, e maluca pelos sumiços. Meus, ou dele.
- Esperar, então. Aguarda a gerente disso tudo, que as negociações se facilitam. O nome dela, cumplicidade. Chega quando menos se espera, e antecede a irmã mais velha, intimidade. É só esperar aqui no ladinho e tudo está resolvido.
- Pra você, não, pra ti. Aliás, chega de você. O que eu quero saber agora é de mim!

9 Comentários:

  1. Como eu amei esse diálogo. Sempre sofro com essas mesmas esperas... mas concordo que quanto mais rápido vem, mais rápido vai.

    =*

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Massa o texto!!!
    Não gosto muito desse tipo de história (não sei se é assim que se chama), mas ela tá bem escrita!!!
    Parabéns =]

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  4. Q lindo seu blog!!!
    A-do-rei!♥
    beijaço e já tou seguindo...depois volto com calama para ler TUUUUUUDOOOO!!!

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  5. Ola. Estou seguindo seu blog.... achei aqui muito massa! Layout bacana, texto lindos e bem escritos, estou seguindo!! Segue o meu tambem!! #please

    beijos / Passa la =)

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  6. Muito Descontraido seu blog... Esperamos sua visita aqui no nosso.
    http://cadernododia.blogspot.com/

    Um abraço da redação do blog

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  7. poxa, amei seu blog, visita o meu depois, ve se voce gostar, se tiver afim de seguir eu sigo o seu tambem

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  8. Mais um belo que achei. "Aliás, chega de você. O que eu quero saber agora é de mim!"
    sempre venho aqui e encontro um, dois, que me identifiquem. é ótimo. tua escrita é ótima. muito sucesso, sempre. beijos

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