Que seja!

3.01.2010 -


- Cadê tu nessas horas? Vem aqui me cuidar..
- Ué..Pensei que o nosso relacionamento tava fadado a não sair do papel, da tela do computador e das mensagens inoportunas. Cadeado numa irrealidade, ilusão. Não existe, sabe?
- Não.
- Admite ao menos que, dentre as outras candidatas à vaga de pessoa mais iludida da década, a minha resposta foi a mais original.
- E a mais defensiva. Os mesmos ataques. Sempre
- As mesmas conversas, sempre; as mesmas atitudes, sempre; as mesmas desculpas, sempre; o mesmo papinho, sempre; e a cega amorosa caí, sempre.
- Não é bem assim. Quando eu estive disposto você fugiu, todas as vezes.
- O castigo pelas minhas fugas já tem durado mais que o necessário. Pega as chaves e abre aí, pô. Deixa eu sair dessa gaiola que acabou se tornando o que era pra ser a gente. Me liberta, vai.
- Voa, então. O que te prende aqui não sou eu, é não ter nenhuma amarra. Descobre o novo e me conta mais tarde, na volta. Volta, sim. Sempre te pego, tu sabe. Às nove, ou dez, de alguma noite entediante.
- Até chegada a vez em que com tanta novidade e conhecimento obtido, cultural ou de vivência, que seja: certas vezes aquilo que encontramos substutuí o antigo, obsoluto e já sem sentido. E voltar então, além de desgastante, pode se tornar tão banal que a mudança de rota é o caminho..

(Assim fosse. Quem dera. E que seja!)

6 Comentários:

  1. Esse texto parece que está refletindo um pouco do meu momento atual. Pena não ser tão fácil "substutuí o antigo, obsoluto e já sem sentido. E voltar então, além de desgastante, pode se tornar tão banal que a mudança de rota é o caminho." e acabamos voltando para gaiola, não igual, mas voltando.

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  2. lindo flor, paraebns pelo blog.
    to te seguindo...
    depois da uma olhadinha no meu
    http://kalineventura.blogspot.com/

    sucesso...
    bju

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  3. Oi gurias! Fico feliz que tenham gostado..No início não sabia se os diálogos iriam agradar tanto, mas pelo visto acertei na dose..Meus sinceros obrigadas! Vocês são uns anjinhos
    Beijão

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  4. Que legal! Gostei bastante, na verdade, eu gosto de diálogos, aprendi a gostar com o Caio Fernando Abreu e, claro, o "que seja!" também lembrou ele por causa do seu famoso "que seja doce"!

    parabéns! :)
    beijo
    Ingrid Brasilino

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  5. As mesmas conversas, sempre; as mesmas atitudes, sempre; as mesmas desculpas, sempre; o mesmo papinho, sempre; e a cega amorosa caí, sempre;

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  6. "O castigo pelas minhas fugas já tem durado mais que o necessário. Pega as chaves e abre aí, pô. Deixa eu sair dessa gaiola que acabou se tornando o que era pra ser a gente. Me liberta, vai."
    estou pedindo minha liberdade, espero receber. ótimo, como de costume. beijos

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