Numa dessas minhas insônias, que há dias tem voltado-sumido-reaparecido, observei a imensidão da Lua, na minha janela que tremula a cada caminhão pesado, ou som com mais de oitenta decibéis. Tão sozinha, brilhante e gritante. Branca, em suas esferas, rodeando o Sol sem culpa, sem remorso algum. Vivendo em torno do outro, esquecendo o próprio umbigo, suas necessidades vitais. Quanta compaixão! Uma xícara de chá de morango mais tarde, e Florbela Espanca decodificada, uma sensibilidade sem igual. Queria ir pra praia, pensei. A combinação lunar e aquática, tão mais bonita do que essa urbanidade toda, que a solidão parece ainda maior. Soa muito mais agudo. De nada adianta essa sincronicidade inocente falhada. Malhada. Em ruínas, sob escombros e destroços, me surpreendo com a própria força e maturidade que já adquiri. E mais surpresa ainda, com as recentes e recorrentes, possibilidade. Mil.
Não nomeio o que sinto. Nem ao menos, o que vivo. Apenas, estou feliz, estou indo. Na minha independência maior de idade, no meu detalhismo insistente, continuo a mesma. E afinal, nem foi tão ruim assim. A gente fica triste, mas no outro dia, tem de ser lembrado do que aconteceu. Aquela coisa, sofrer tudo na hora, fazer todas as perguntas, e então, vá passear. Eu continuo apaixonada por sapatos, e pensando que o Brasil podia ser repovoado por gente decente. Ainda sou louca pela minha mãe, e por cintura alta. A mesma, de sempre. Talvez por isso os navios não tenham sido queimados, as rotas ainda estejam latentes, e o sinal verde, aberto. Velhos conhecidos, mundos já descobertos, desnudos. E não é bem o que a gente quer, mas a gente aceita. Não tapa totalmente o buraco, mas conforta por algum tempo, dá uma massageada no ego. Por mais que necessite tempo, pra me achar, pra tudo clarear, são as possibilidades, os acasos que tem seduzido e se insinuado, dançado loucamente sob a minha sacada e na minha alma. Caminhos pro futuro, expectativas de vida longa, intuição boa de que no próximo script, a resolução desse quebra-cabeça todo é certeira.
Saida por cima, bagunça inexplorada, vejo as roupas no chão, e cinco, seis livros na cabeceira. Olha em baixo da cama, os sapatos estão no lugar. Alívio...Coberta até a orelha, o frio ainda intensificando, fecho os olhos e penso: tudo miscelânea, tudo no lugar. Contraditório, real. Tudo certo, tudo inerte, tudo perto. Montada na produção, sigo o baile, a estrada é longa! Aqui não tem fila que anda, mas opção que ocorre. Não corre; caminha, lenta e bonita, rumo à certeza de vida. Amém!
que lindo... como consegue escrever tão bem, hehehe
ResponderExcluirSua fã aqui acaba de suspirar em pensar que alguém se sente exatamente como ela! A fila nao anda, mas têm tantas possibilidades pela frente! Amo saber disso, o acaso nos reserva sempre o melhor.
ResponderExcluirÉ floor, só nós mulheres de alma serelepe pra girar na maior montanha russa sentimental do mundo, e ainda sair inteira e sorrindo.
ResponderExcluirUma noite de insônia, uma noite de festa.
Liindo o texto.
beijiinhos.
seu blog é muito bom!
ResponderExcluirvou te seguir!
segue-me também.
http://ncavalcante.blogspot.com/
beijos!
Tem um selinho pra vc lá no blog
ResponderExcluirDepois de um texto desses, você tem que ganhar todos os concursos que entrar..
ResponderExcluirBeeeeeiiijo.
''Apenas, estou feliz, estou indo. Na minha independência maior de idade, no meu detalhismo insistente, continuo a mesma.''
ResponderExcluirMe identifiquei com tudo ,inclusive essa parte.Gosto muito de ver como me identifico com seus textos :)
Ai a lua, tão linda e sempre nos faz pensar!
ResponderExcluirBelo post, flor!
ah, tem um mais um selo para ti lá no blog
beijos, querida
A combinação lunar e aquática, tão mais bonita do que essa urbanidade toda, que a solidão parece ainda maior. Soa muito mais agudo.
ResponderExcluirRealmente meu amor, realmente.
Aqui não tem fila que anda, mas opção que ocorre. Não corre; caminha, lenta e bonita, rumo à certeza de vida.
ResponderExcluirCaminhos pro futuro, expectativas de vida longa, intuição boa de que no próximo script, a resolução desse quebra-cabeça todo é certeira.
ResponderExcluirEu continuo apaixonada por sapatos, e pensando que o Brasil podia ser repovoado por gente decente. Ainda sou louca pela minha mãe, e por cintura alta. A mesma, de sempre. Talvez por isso os navios não tenham sido queimados, as rotas ainda estejam latentes, e o sinal verde, aberto.
ResponderExcluireu também sou apaixonada por ti amore eese amor é verdadeiro e recíproco a gente sabe, não tem igual.
se eu já disse que seu blog é muito bom, é verdade e repito. no fim acho que a gente não muda, quem sabe só agrega, aprende, ganha calos e cicatrizes. e os buracos realmente são preenchidos, nem sempre por coisas boas, mas a vida realmente nos cerca de opções corridas, só temos de vê-las. você sempre usa um bom vocabulário, linguagem culta, adoro isso. beijos, ficou bom bom bonzão!
ResponderExcluirAdorei o texto! :DDD
ResponderExcluirNão nega que é gúcha né! uehaea.
Boa semana! Se puder passa no Sutilmente ;)
Beijos
Aqui não tem fila que anda, mas opção que ocorre. Não corre; caminha, lenta e bonita, rumo à certeza de vida. Amém!
ResponderExcluiradorei isso,parabéns pelos seus textos *-*
:*
pois é .. aquele texto foi realmente ótimo .. adorei esse seu .. realmente bom! .. aliás 'todos' os seus textos são ótimos .. obrigada por andar lendo meu blog .. beijos guria! ")
ResponderExcluirCalmilindíssimaaaaaaaaaaaaaa! Tem selinho pra vc lá no Manual das Encalhadas> http://manualdasencalhadas.com.br/blog/archives/276
ResponderExcluirDá uma passada lá e aproveita e comenta! haha
#MovimentoComenteMais já! rs
Beijooos
amém amém.
ResponderExcluire amem.
é bom descobrir que tudo está no seu lugar.
que a gente ainda tem vida. muita vida. é bom.
Poxa,muito bo m o seu blog! Tntei fazer um,mas nao tive tempo de publicaralo descente nele...heh!
ResponderExcluirPaabéns,vc é uma garota genial! Sucesso! Bjos
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirObservar a lua da janela do quarto é abrir o mundo para mil e um pensamentos. Pensar na vida, no jeito que vivemos ela e nas coisas que nos acontecem todos os dias. Que mesmo que algumas coisas não sejam agradáveis, somos obrigados a lembrar delas, pois delas nós amadurecemos e então podemos caminhar à certeza de vida.
ResponderExcluirNão preciso dizer que encontro-me fascinada a cada leitura de suas palavras, certo? Um beijo para você, linda. E continue escrevendo dessa maneira encantadora.
A caminhada é lenta, mas nunca para! O negócio é seguir em frente, sempre, parar só pra respirar e avaliar... Beijoooooos
ResponderExcluir