De babaca em babaca

11.28.2016 -




A gente sai de um cara babaca pra outro. Eu, minhas amigas, as meninas que leem o que escrevo, mulheres que sequer conheci esperando algum ônibus na Afonso Bovero. É impressionante.

Minha mãe acha que tenho algum encosto, meu pai pensa que falta ser dura o suficiente e meu irmão aconselha sempre que eu não responda, largue, suma. É ridículo, mas ser mulher e expressar sentimentos, vontades e qualquer indício de VIDA ainda é  um lance com o qual o caras não sabem lidar.

(e aqui, vem cá: a gente também tem traumas, tá? a gente também já se deu mal pra cacete e continua tentando, a cada novo boy que causa rebuliço no estômago. aliás, se tem alguém que tenta aqui, são as criaturas que não contém o cromossomo Y)

E aí que cai no nosso colo lidar com um montão de situação lixo. Do tipo: cara que fala umas coisas lindas e depois vira a Sibéria em pessoa (geralmente quando a gente se apaixona também e demonstra "cedo demais"), umas desculpas mais esfarrapadas que pano de chão gasto,  sumiços e voltas triunfais que ficam cagam a estabilidade das nossas semanas.

É cansativo, é um saco e paciência é artigo de luxo por aqui pra dar chances e apostar de novo as fichas num rolê que murchou. É nojento e até revoltante acompanhar os desdobramentos de amigas que choram porque foram elas mesmas e colocaram um pouquinho de autenticidade e coração sem saber pra onde o relacionamento ia.

(parem, por favor, parem de ser babacas, caras. alertem os amigos, conversem com os primos, deixem de lado essa palhaçada de que mulher boa é a que pisa e precisa ser conquistada. a gente só quer dormir abraçadinha, rir um pouco & dar uns beijos na boca, porra)

Ninguém contou pra eles que um dia a gente tomaria a frente, chamaria pra sair, diria que quer algo casual, faria as vezes da parte interessada SIM e ai do lesado que não compreendesse isso. Enquanto a maioria treme na base, inventa desculpas ou some pra reaparecer meses depois, uns poucos ainda tem coragem de ver até onde vai a graça. É nesses poucos que a gente precisa apostar as fichas, migas.

1 Comentários:

  1. Tu tens razão completamente, para um bom número de homens. Bem, bem... Para um número enorme de homens. Vá lá! Mas não é possível que seja praga generalizada. Haverá alguém que deseje tão somente tua amizade. E, decerto, haverá alguma meia dúzia que, sendo amigos, serão amigos; e, sendo amor, há de ser um de deitar abraçadinhos sim. Por que não? Tem que haver amor que perdure. Ou então, a vida não é vida. Beijossssssssssss

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