Um apelido tão exótico, para um nome bem comum. São poucas pessoas que deixam no meio do caminho uma das três sílabas, geralmente a primeira ou a última, me denominando dois apelidos que não combinam em nada comigo; um, me parece sonso e infantil e nem cara tenho dessas pessoas que começam com "M". Me sinto mais mulher, fatal e honrosa com o "C" que cheguei à esse mundo, e carreguei por anos no pescoço, em forma de colar e ali, perto também del corazón. O outro apelido, iniciado então com a minha letra, carrega um tom tão americanizado, ou incompleto, parando na metade da palavra e finalizando no "i", dando a entender que há um esquecimento, ou uma continuidade, falta. Ou seja, nenhum dos dois codinomes acabou encaixando.
E um diazinho assim, à toa, em outro país e enquanto nevava forte lá fora, eu voltava de mais uma dessas tardes que se sucediam, e pareciam não existir, tamanhos os encontros, desencontros, a dúvida e a excitação que tudo isso florescia. Largada na porta do quarto, com direito de beijo de despedida e te vejo de noite, bati na porta. Demora, uns barulhos abafados, lembrei que eram apenas duas chaves para seis garotas, e impaciente, toquei a porta de novo. Culpados, sentados na bagunça do que deveriam ser camas, em silêncio e apenas me olhando, à espera da explosão, do ataque fatídico de quem já era meio maníaca com limpeza e organização. Gostava de ir dormir com aquela sensação boa de cama feita, esticada, lençol trocado e limpo. Era como a recompensa daqueles dias tão festivos, e cansativos. E agora, o lugar onde eu adormecia, onde brotavam os sonhos, as idéias, e a saudade de casa estava nu, desfeito e bagunçado. Uma pena até de olhar.
Como em todos os momentos em que a raiva me invade, depois daí lembro de muito pouco. A não ser dos gritos (meus), dizendo palavras feias e chocantes, um chute na porta do banheiro (que mais tarde, com calma, pude analisar que exibia agora um rombo no formato circular), e das palavras proferidas por um querido, um amigo próximo e engraçadíssimo, que havia participado do drama todo e quebrou o gelo da situação, e o ódio em mim: Calmila, Calmila.
Falou assim, meio rindo e fazendo um trocadilho até inteligente com o meu nome e um pedido de calma, aos meus impulsos irritadiços. Acabei me rendendo, e rindo também, embora, quando sei que é melhor manter a tranquilidade e ficar serena, repito até hoje, para mim mesma: Calmila, Calmila. Quando me vejo obrigada a apertar o cinto de segurança aqui de dentro, e sei que tudo pode virar guerra, ou simplesmente mais uma das curvas, ondulações dessa montanha russa desenfreada que levo minhas emoções, por um segundo penso: Calmila, Calmila.
Calma Calmila. Sempre quis falar isso. Dã, vamos ao post. Belo e único como sempre. Imaginativo e instigante como poucos.
ResponderExcluirBeijocas bela.
Ah, esses posts de "fatos reais" são mara! E vc escreve mto bem tambem! rs
ResponderExcluirBeeeejos
Adorei saber a origem do ''Calmila'', que aliás, acho um lindo apelido. Seus textos sempre belos e cheios palavras ricas em imaginação. Tua criatividade é íncrivel.
ResponderExcluirObrigada pelos frequentes elogios em meu blog. Fico feliz que venhas gostando cada vez mais do que escrevo. Mesmo. Bem, um beijo, @pequenatiss.
aaaahhhh
ResponderExcluirAmei esse post!!!
Tu escreve de uma forma tão verdadeira, simples e envolvente, que até a história da origem de um nome encanta a gente!
Bjok
Adoooorei! Bastante interessante. É bom saber a orgigem do CaLmila...
ResponderExcluirbeijos flor
Na minha cabeça só consigo pensar em camomila, camomila... não sei pq ahaha
ResponderExcluirAdorei o post..
Sempre me identifico com a sua escrita.
beijoooo flooor.
Ah Calminha..
ResponderExcluirOps Calmila.
Own.. Camila.
É bem melhor que quando te chamam de Carol né?!!
Rsrsrs
Beiijo.
Adorei saber a origem do ''Calmila'',haha
ResponderExcluirBem criativo seu amigo.
Bj!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirque legal =)
ResponderExcluiracho que combina mesmo, bem criativo. o texto ficou muito bom.
beijos