É como ver aquele tipo angelical numa pequena mesa de um lotado bar. Fica fácil pensar: “ah, mas é um moleque, que está fazendo ele aqui?”. Às vezes, realmente, nem o próprio sabe. Já com o sujeito que se arrisca a cultivar um dos sinais visíveis de que é ser do sexo masculino, pode ser até mesmo buscando animalzinho na pet shop que de pronto concluímos: “que homem!”. Mesmo que o cão de estimação na verdade seja cadelinha da raça poodle, nomeada Lily. A barba de três dias merece essa bajulação toda, pois por trás de bigodinhos, cavanhaques e costeletas, é nela que muitas vezes reside a felicidade de beijar ensandecidamente e voltar pra casa de cara cerrada, avermelhadamente sapeca.
Pode até mesmo ser de dois, mas a barba de três dias é o ponto favorável quando a beleza não é óbvia; é a chave de cadeia a que muitas se prendem, fugitivas da pele de bebê embebida em loção cheirosinha que causa arrepio nenhum onde começa a nuca. É o fator essencial que escala pra um mesmo time santinhos apadrinhados e gloriosos homens ogros, nerds da informática e personal trainners da academia. Somente essas frágeis defesas externas do corpo humano para embelezar o que já é de natureza e caracterizar como sedutor o lado rústico dos que não a provém. Está para as mulheres como representa a marquinha de biquíni na visão masculina: ao olhar, buscam os homens nas mais submersas de suas fantasias cair pra dentro daquelas vestimentas de pele um tom mais claro que a melanina do bronze. Para as mulheres, tocar é sentir; sobretudo, passar as unhas de leve pelos toquinhos de cabelo recém nascidos é arrebatador - ainda mais, quando passeiam pelo nosso pescoço, nu, e cosqueiam de leve.
É pela barba de alguns dias que a gente se vê de manhã abraçando apertado e suplicando ao ouvido que não tirem, por favor – é sempre melhor com cara de marginal, entendam mocinhos. É perder um pouco a identidade do lobo da noite passada acordar de pijama e vestida ainda com sono e desencontrar vestígios da safadeza de horas atrás: quem são vocês quando se despem do papel de machos com pelos no rosto dessa humanidade?
Três ou quatro dias, porém, é o limite: que se não, não roça mais com a mesma funcionalidade. Um pouco do feeling de rapaz das cavernas se esvai pela pia ou pelo ralo toda vez que sucumbem à decisão de vocês de nos beijar feito os coleguinhas teenagers de quando tínhamos 13 ou 14 anos. Outro pouco vai se indo junto enquanto passa o limite possível de a barba continuar bela e valorosa, safada e ridiculamente afrodisíaca. Pode ser gosto pessoal, mas cada vez mais, noto ser preferência feminina: a atitude que se encontra em falta em muitos de vocês, buscamos talvez no adjetivo de quem deixa florescer e respirar um tantinho do DNA em pleno rosto. Algumas clamam: faça amor, não faça a barba! Eu faço parte da mesmo torcida, porém, meu amor se intensifica é no período datado entre amanhã ou depois, quando chega o período de se arranhar ombros e esfolar ombros e deixar perder o juízo.
Também faço parte do grupo que pede e até mesmo suplica por "faça amor, não faça a barba". Sentir a barba ralinha passear pelo corpo é incrível e indescritível. Homens precisam aprender o poder que suas barbas têm sobre nós.
ResponderExcluirTexto incrível guria!
Compartilho do mesmo pensamento. Nada é mais sexy que a barba por fazer há três dias.
ResponderExcluirAh... A barba de três dias... Ode mais que merecido, ein Camila!
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