Alícia, é legal ser solteira

11.26.2015 -


Alícia, esqueça os filmes infantis com romance acentuado, deixe de as fantasias entre Barbie e Ken, passe a questionar as religiões, os seriados, as histórias de gibis onde sempre há um romance inserido. É legal ser solteira, acredite em mim.

Sim, de verdade: ainda que a pressão social para que se tenha um relacionamento beire a do pai quando não se medica, não se junte ao primeiro cara que aparecer e mostrar que pode ser legal com você. Às vezes é inevitável, eu sei, mas resista.

Uma galera firma compromisso bem mais pelo conforto que por paixão e compatibilidade. Por respeito e amor do bem. Sei que você terá força e personalidade pra fazer parte do grupo das mocinhas desajustadas que só caem nas armadilhas amorosas que desejam - e isso é saudável, sério!

Vai aparecer um garotinho que lhe brilhará os olhos e falará sobre música com você como nenhum outro, eu sei. Talvez vocês riam muito juntos e passem horas e horas na companhia um do outro, aconchegados. Algo aí dentro baterá mais forte e você saberá que, sim, dá pra ser feliz entre as músicas, a calmaria, o bem-estar. Mas e caso esse rapaz demore, e se ele se atrasar para o rolê?

Bem, daí há uma porção de coisas ótimas que você pode fazer sozinha, com amigas, em família. Você pode dirigir sozinha por aí, o som alto no que você optar por ouvir, os vidros abertos. Você pode ficar sem maquiagem uma semana inteira e tá tudo ótimo assim. Se você não quiser se depilar, tudo bem, que fique cabeluda o quanto lhe convir. Você pode passar horas assistindo seriados numa sexta à noite ou sair com suas amigas e dançar até o amanhecer: você que escolhe e isso é ótimo.

Pouco importa os papos insuportáveis daqueles parentes que a gente mal convive. Que se dane as conveniências da sociedade, que se acostumou a ver com bons olhos a mulher apenas quando em par. É legal ser solteira, eu juro. Há dias em que a carência visita, e a gente fica um pouco à mercê dos clichês sentimentais, mas logo passa.

O que é chato é deixar penetrar na vida um homem qualquer apenas por medo da solidão - essa sim, continuará ali ao pé do ouvido, latente. Um incômodo. Lembre das vezes em que me viu sair maquiada e em cima do salto, cheia de poder e segura das minhas escolhas: é legal ser solteira, Alícia, vai por mim.

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